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quarta-feira, 2 de junho de 2010

Cassiano Ricardo- Cristina Su Liu nº:05 7E

Foto de Cassiano Ricardo

Modernismo

A semana da arte moderna aconteceu nos dias 13, 15,17 de fevereiro de 1922 no teatro municipal de São Paulo. Ele teve como objetivo romper as amarras formais da época e criar novas formas de expressão.
Os principais personagens que contribuíram para o nascente do modernismo foram:

· Literatura: Menotti Del Picchia, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira e Cassiano Ricardo

· Pintura: Anita Mafaltti, Tarsila do Amaral e Emiliano Di Cavalcanti

· Música: Guiomar Novais Heitor Villa-Lobos

· Escultura: Victor Brecheret
A criação do modernismo se influenciou na criação do Cubismo e do Futurismo.
Cassiano Ricardo

Cassiano Ricardo nasceu em São José dos campos (26 de julho de 1895) e morreu no Rio de Janeiro (14 de janeiro de 1974).
Cassiano se formou em direito e em São Paulo trabalhou como jornalista e até fundou alguns jornais.
Na época da semana de arte moderna conheceu Menotti Del Picchia e Plínio Salgado e se influenciou muito neles. Em 1924 fundou A Novíssima que era uma revista modernista. Em 1928 publicou a sua maior obra: o livro, Martim Cererê. Esse livro tem a mesma importância que Macunaíma (de Mário de Andrade) e Cobra Norato (de Raul Bopp).
Suas obras são versátil, criativos, líricos e satíricos, críticos e memorialistas, valeu-se de uma técnica sempre ousada e renovada, às vezes desconcertante, mas sempre fascinante. Traduzido para muitos idiomas, mas sempre para a leitura dos iniciados.
Poemas do Cassiano Ricardo
Fuga em azul menor

O meu rosto de terra
ficará aqui mesmo
no mar ou no horizonte.
Ficará defronte
à casa onde morei.
Mas o meu rosto azul,
O meu rosto de viagem,
esse, irá pra onde irei.

Todo o mundo físico
que gorjeia lá fora
não me procure agora.
Embarquei numa nuvem
por um vão de janela
dos meus cinco sentidos.
E que adianta a alegria
dizer que estou presente
com o meu rosto de terra
se não estou em casa?

Inútil insistência.
Cortei em mim a cauda
das formas e das cores.
(A abstração é uma forma
de se inventar a ausência)
e estou longe de mim
nesta viagem abstrata
sem horizonte e fim.

Um dia voltarei
qual pássaro marítimo,
numa tarde bem mansa
à hora do sol posto.
Então, loura criança,
Ouvirás o meu ritmo
e me perguntarás:
quem és tu, pobre ser?
Mas, eu vim de tão longe
e tão azul de rosto
que não me podes ver.

A graça de quem mora
no país da ausência
certo consiste nisto:
ficar azul de rosto
pra não poder ser visto.
OUTRO EPIGRAMA

Se perdi a inocência
para ganhar o pão de cada dia,
com o suor do próprio rosto
lamento apenas tenha sido tão escassa
a inocência de que eu era servido.

Para que tão facilmente eu a houvesse perdido
e o pão de cada dia, em conseqüência,
me seja, agora, uma simples migalha.

Por que não foi maior minha inocência?


Queixa antiga

É uma dor que me dói muito longe...
Dor antiga, separada do corpo.

É uma dor que me dói não sei onde,
meio física, metade celeste.

Um tanto minha, outro tanto da terra.

Veja o galho cortado a uma fronde
e que ainda dá flores sentidas
e que assim à sua árvore responde.

Seu futuro parece o meu passado:
minhas longas raízes ficaram
no chão duro de onde fui arrancado.

(No chão duro onde arroios felizes
ainda cantam pelos vãos do passado)

Fontes:

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